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China X EUA: qual economia mais cresce?

China e Estados Unidos disputam a liderança econômica mundial, com a China crescendo rapidamente nas últimas décadas. No entanto, desafios como o envelhecimento populacional, crise imobiliária e políticas de Xi Jinping colocam obstáculos ao seu avanço. Enquanto isso, os EUA mantêm forte posição em inovação e tecnologia, preservando sua competitividade global
Qual melhor economia entre china e eua

As economias da China e dos Estados Unidos são as duas maiores do mundo. Nos últimos anos, a China apresentou um crescimento notável e até superou as expectativas de muitos especialistas, levantando questões sobre se e quando ultrapassará os Estados Unidos como a maior economia global.

Contudo, recentes acontecimentos, como a pandemia, a desaceleração econômica e o envelhecimento da população, afetaram as projeções para o futuro econômico da China. Vamos entender as principais diferenças e os desafios econômicos que ambas as potências enfrentam atualmente.

A China atingiu seu pico econômico?

Nos últimos anos, a China passou por um período de expansão econômica expressivo. Esse crescimento foi impulsionado pelo aumento da industrialização, do consumo interno e da exportação de produtos para o mundo todo.

Porém, em 2022, a economia chinesa começou a desacelerar. A pandemia de COVID-19 trouxe desafios significativos, desde a implementação de lockdowns rigorosos até a crise no setor imobiliário, que afetou diretamente a produção e o consumo.

Especialistas afirmam que a China pode estar se aproximando de um “pico econômico”, um ponto em que o crescimento desacelera ou até mesmo estagna. A economia chinesa tem apresentado taxas de crescimento menores em comparação com anos anteriores. Em 2023, o FMI projetou um crescimento de 4,4% para a China, um valor consideravelmente mais baixo do que em períodos de expansão acelerada.

Desaceleramento na “alta produtividade”

Uma das questões mais importantes para a economia chinesa é a sua capacidade de sustentar um crescimento elevado a longo prazo. A alta produtividade, um dos motores do crescimento econômico, parece ter atingido seu limite na China. O país enfrenta um problema comum em economias que crescem rapidamente: conforme a produção aumenta, manter o ritmo de expansão se torna mais difícil.

Outro ponto crítico é o envelhecimento da população. Com uma força de trabalho mais envelhecida e menor entrada de novos trabalhadores, a China pode perder a vantagem competitiva de mão-de-obra abundante e barata que tinha há algumas décadas.

Isso é uma preocupação para setores que dependem de alta produtividade e baixos custos de produção. Com menos jovens entrando no mercado de trabalho e mais pessoas se aposentando, a taxa de produtividade pode ser impactada negativamente.

A situação no setor imobiliário também contribui para esse quadro de desaceleração. O setor foi um dos principais motores do crescimento chinês, mas, recentemente, entrou em crise devido ao acúmulo de dívidas e ao excesso de construções. A fragilidade no setor imobiliário representa um risco para a economia chinesa, pois é uma área que afeta diversos outros setores, incluindo manufatura, construção civil e serviços financeiros. Com o setor em crise, a produtividade geral do país pode ser prejudicada.

Efeitos da tomada de poder de Xi Jinping

A liderança de Xi Jinping trouxe mudanças significativas para a economia da China. Xi Jinping, que assumiu o cargo em 2013, consolidou seu poder e buscou um controle mais rígido sobre várias áreas da economia e da sociedade chinesa. Em busca de um modelo econômico mais sustentável, ele aplicou políticas que visam reduzir as desigualdades e controlar o setor privado. No entanto, essa maior intervenção estatal também trouxe desafios.

Um exemplo é a “política de prosperidade comum”, que visa redistribuir a riqueza entre os cidadãos chineses. Essa política impõe regulamentações mais rigorosas em setores que anteriormente estavam em rápida expansão, como tecnologia, educação e imóveis. Empresas de tecnologia como Alibaba e Tencent enfrentaram forte regulação, e algumas delas perderam valor de mercado considerável.

Outra política que afeta a economia chinesa é o controle do Partido Comunista sobre o setor privado. Com um governo mais intervencionista, empresas chinesas precisam se adaptar a um ambiente menos flexível, e investidores estrangeiros podem ficar receosos de investir na China. Para alguns especialistas, isso pode desacelerar a inovação e dificultar a competitividade chinesa, especialmente em setores de alta tecnologia.

Por outro lado, Xi Jinping busca incentivar o consumo interno, reduzindo a dependência das exportações. Essa estratégia tem como objetivo fortalecer o mercado doméstico, mas exige tempo para que as mudanças tenham impacto positivo. A transição para um modelo de consumo interno depende da renda e do nível de vida da população, que ainda precisa de melhorias para sustentar esse tipo de economia.

Conclusão

A China e os Estados Unidos seguem como as duas maiores economias do mundo, mas enfrentam realidades diferentes. A China, que antes era vista como uma forte candidata a ultrapassar os Estados Unidos em breve, agora encara novos desafios que podem retardar essa ultrapassagem.

Problemas internos como o envelhecimento da população, a desaceleração no setor imobiliário e as políticas restritivas de Xi Jinping colocam dúvidas sobre o futuro da economia chinesa.

Enquanto isso, os Estados Unidos continuam a se destacar em setores de inovação e tecnologia, mantendo uma economia resiliente e diversificada. O cenário econômico global está mudando, e será interessante observar como as duas potências irão enfrentar seus respectivos desafios e manter sua relevância econômica nos próximos anos.

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Leo Fittipaldi
Leo Fittipaldi
Fundador da Dolarame e analista de investimentos certificado (CNPI 3214). Já foi analista de risco na maior Asset do Brasil, atuando em fundos de investimentos com alguns bilhões de reais sob gestão. Atualmente é um dos maiores especialistas em investimentos internacionais do país.

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