Você já se perguntou quantas ações deveria ter em sua carteira de investimentos? É uma questão que muitos investidores enfrentam ao tentar equilibrar diversificação e gerenciamento eficaz de suas carteiras.
Neste artigo, vamos ver a opinião de Peter Lynch, um dos investidores mais respeitados do mercado, sobre a quantidade ideal de ações na sua carteira. Lynch, conhecido por seu sucesso na gestão do Fidelity Magellan Fund, oferece insights valiosos sobre como os investidores individuais podem abordar a diversificação de forma inteligente.
Muitas ações na carteira: qual o máximo?
Ter muitas ações na carteira pode parecer uma estratégia tentadora para alguns investidores, mas Peter Lynch tem uma visão clara sobre qual é o máximo ideal. Ele inicia explicando que ter uma quantidade excessiva de ações, como as 1.400 que ele mesmo já teve em sua carteira, pode não ser a melhor abordagem, especialmente para investidores individuais. Lynch destaca que, em seu caso, a necessidade de alocar um valor tão alto como US$ 9 bilhões e a obrigação de seguir várias regras tornavam essa quantidade assustadora.
O debate sobre diversificação frequentemente gira em torno de duas escolas de pensamento: os seguidores de Gerald Loeb, que defendem a ideia de “colocar todos os ovos em uma cesta”, e os seguidores de Andrew Tobias, que alertam contra essa abordagem, argumentando que a cesta pode estar furada. Lynch reconhece a validade de ambas as perspectivas, mas ressalta que o mais importante não é a quantidade de ações, e sim a qualidade.
Para exemplificar, Lynch menciona que ter todas as suas fichas em uma empresa como o WalMart poderia ser interessante, mas colocar todo o seu capital em outras cinco empresas menos sólidas poderia resultar em grandes perdas. Ele enfatiza que é essencial evitar incluir no portfólio ações desconhecidas e não acompanhadas pelo investidor, apenas em nome da diversificação.
Ao invés de focar na quantidade de ações, Lynch sugere que os investidores avaliem individualmente cada empresa em potencial para determinar se ela merece um lugar na carteira. Ele acredita que os investidores devem construir uma carteira com o máximo de ações, desde que tenham uma vantagem analítica sobre cada uma delas.
Embora confiar em apenas uma ação seja arriscado, ter um portfólio pequeno também pode limitar as oportunidades de crescimento. Lynch sugere que um número entre três e dez posições pode ser confortável para um pequeno investidor, permitindo um acompanhamento mais próximo e eficaz do desempenho de cada empresa.
No gráfico acima podemos ver um “sistema” de marca de risco, que significa que nas 10 empresas o risco diminui drasticamente, mas a partir da décima o risco começa a ter uma escala mais irrelevante na carteira, o que significa que colocar uma ação a mais ou a menos pode não mudar nada. Mas também é importante dizer que existe o risco mercado que pode afetar todos, independente da quantidade de empresas que tenha na carteira.
Vantagens e desvantagens dessa estratégia
Vamos ver as vantagens e desvantagens de ter muitas ações na carteira, conforme discutido por Peter Lynch e outros especialistas do mercado financeiro.
Vantagens:
- Redução do risco: Uma das principais vantagens de ter muitas ações na carteira é a redução do risco. Ao diversificar os investimentos em várias empresas e setores, o investidor pode mitigar o impacto negativo de um desempenho ruim em uma única ação.
- Aproveitar oportunidades de crescimento: Ter uma variedade de ações na carteira aumenta as chances de aproveitar oportunidades de crescimento em diferentes setores e regiões geográficas. Isso permite que o investidor se beneficie de tendências positivas em vários segmentos do mercado.
- Potencial para retornos significativos: Embora diversificar possa reduzir o risco, também pode oferecer o potencial para retornos significativos. Ao investir em várias empresas com potencial de crescimento, o investidor pode colher os benefícios de um desempenho sólido ao longo do tempo.
Desvantagens:
- Dificuldade de acompanhamento: Uma das principais desvantagens de ter muitas ações na carteira é a dificuldade de acompanhar de perto o desempenho de cada uma delas. Isso pode resultar em decisões de investimento subótimas e oportunidades perdidas.
- Aumento dos custos de transação: Ter muitas ações na carteira pode aumentar os custos de transação, especialmente se o investidor estiver pagando taxas de corretagem em cada compra e venda de ações. Isso pode reduzir os retornos líquidos do investimento.
- Risco de diluição: Existe o risco de diluição quando se tem muitas ações na carteira. Se uma empresa com desempenho excepcional for diluída por outras ações com desempenho inferior, os retornos do investimento podem ser comprometidos.
Em conclusão, ter muitas ações na carteira pode oferecer vantagens significativas, como a redução do risco e o potencial para retornos significativos. No entanto, também apresenta desafios, como a dificuldade de acompanhamento e o aumento dos custos de transação. É importante avaliar cuidadosamente esses fatores e encontrar um equilíbrio que se adapte às suas necessidades e objetivos de investimento.