Os ETFs se tornaram uma escolha popular para investidores que desejam diversificar seus investimentos. No entanto, uma decisão importante que os investidores enfrentam ao escolher um ETF é se escolhem uma gestão ativa ou passiva. A diferença entre essas duas abordagens de gestão pode ter um impacto significativo no desempenho e nos custos associados ao investimento.
Neste artigo, vamos ver em detalhes o que é gestão ativa e gestão passiva de ETFs, destacando as principais distinções entre essas abordagens e ajudando você a tomar decisões mais informadas sobre seus investimentos.
O que é gestão ativa e passiva de ETFs?
Gestão ativa e passiva de ETFs são duas estratégias distintas de gerenciamento de Exchange-Traded Funds, com abordagens opostas para atingir metas de investimento. A gestão passiva busca replicar o desempenho de um índice de referência, enquanto a gestão ativa envolve decisões ativas dos gestores na tentativa de superar o referido índice.
Essas abordagens têm implicações importantes para os investidores, desde como seus ativos são selecionados e gerenciados até os custos associados ao investimento.
Gestão passiva
A gestão passiva de ETFs é uma abordagem de investimento que visa replicar o desempenho de um índice de referência específico, em vez de tentar superá-lo. Isso é alcançado mantendo uma carteira de ativos que espelha a composição do índice.
Aqui estão três exemplos de ETFs de gestão passiva:
iShares Core S&P 500 ETF (IVV): Este ETF busca replicar o desempenho do índice S&P 500, que inclui as 500 maiores empresas dos Estados Unidos. O IVV mantém uma carteira de ações que reflete a ponderação dessas empresas no S&P 500. Os investidores que compram o IVV estão efetivamente comprando uma fatia proporcional dessas 500 empresas.
SPDR Dow Jones Industrial Average ETF Trust (DIA): O DIA segue o índice Dow Jones Industrial Average (DJIA), composto por 30 empresas líderes nos EUA. Este ETF adquire ações das empresas do DJIA na mesma proporção em que elas estão no índice, refletindo assim o desempenho do DJIA.
Vanguard Total Stock Market ETF (VTI): O VTI tem como objetivo replicar o desempenho do índice CRSP US Total Market Index, que inclui todas as ações dos Estados Unidos. Ele oferece uma exposição ampla ao mercado de ações dos EUA, permitindo aos investidores possuir uma fatia de todas as empresas listadas nos EUA.
Em todos esses casos, a gestão passiva envolve a compra e manutenção de ativos de acordo com a composição do índice subjacente, sem tomada de decisões ativas sobre quais ações comprar ou vender. Isso resulta em custos mais baixos em comparação com a gestão ativa e é uma escolha popular para investidores que desejam uma exposição simples e ampla ao mercado de ações.
Gestão ativa
A gestão ativa é uma das abordagens de gerenciamento de ETFs em que os gestores tomam decisões ativas para tentar superar o desempenho do índice de referência. Ao contrário da gestão passiva, que busca replicar o índice, a gestão ativa envolve análise contínua e seleção ativa de ativos.
Aqui estão alguns exemplos de ETFs de gestão ativa e os índices que eles seguem:
ARK Innovation ETF (ARKK): A ARK Invest é conhecida por seus ETFs de gestão ativa que se concentram em inovação e tecnologia. O ARK Innovation ETF busca superar o desempenho do índice S&P 500, investindo em empresas inovadoras, como aquelas no setor de tecnologia, saúde e energia limpa.
PIMCO Active Bond ETF (BOND): O PIMCO Active Bond ETF é um exemplo de um ETF de renda fixa de gestão ativa. Em vez de seguir um índice de títulos, os gestores da PIMCO tomam decisões ativas para ajustar a carteira de títulos de acordo com as condições econômicas e de mercado.
SPDR DoubleLine Total Return Tactical ETF (TOTL): O SPDR DoubleLine Total Return Tactical ETF é outro exemplo de ETF de renda fixa de gestão ativa. Ele é gerenciado pela DoubleLine Capital e busca superar o desempenho do Barclays U.S. Aggregate Bond Index, fazendo escolhas ativas de títulos.
Esses ETFs de gestão ativa geralmente têm equipes de gestão experientes que realizam análises e tomam decisões ativas de investimento para tentar superar o desempenho dos índices de referência. No entanto, essa abordagem pode resultar em taxas de gestão mais elevadas e um maior nível de envolvimento na administração dos ativos.
Diferenças entre gestão ativa e passiva
As diferenças fundamentais entre a gestão ativa e passiva de ETFs têm um impacto significativo nas estratégias de investimento, nos resultados e nos custos associados a essas abordagens. Vamos ver as principais diferenças:
1. Objetivo de investimento:
- Gestão ativa: O objetivo é superar o desempenho do índice de referência por meio de decisões ativas de investimento.
- Gestão passiva: O objetivo é replicar o desempenho do índice de referência, sem tentar superá-lo.
2. Tomada de decisão:
- Gestão ativa: Envolve decisões ativas de compra e venda de ativos individuais, com base em análises e estratégias específicas.
- Gestão passiva: Não envolve tomada de decisão ativa; os ativos são escolhidos para refletir a composição do índice.
3. Custos:
- Gestão ativa: Tende a ter custos mais elevados devido à necessidade de análises constantes e à equipe de gestão envolvida.
- Gestão passiva: Tende a ter custos mais baixos, uma vez que não requer análises constantes.
Risco e retorno:
- Gestão ativa: Pode oferecer potencialmente retornos superiores, mas também envolve riscos adicionais, uma vez que as decisões ativas podem levar a perdas significativas se as estratégias falharem.
- Gestão passiva: Tende a ser mais previsível e estável, uma vez que segue de perto o desempenho do índice.
Tempo e envolvimento:
- Gestão ativa: Requer mais tempo e envolvimento, pois os gestores devem acompanhar constantemente o mercado e fazer ajustes na carteira.
- Gestão passiva: É uma abordagem mais “hands-off” e requer menos tempo de gestão por parte do investidor.
Desempenho histórico:
- Gestão ativa: O desempenho histórico pode variar amplamente, e nem todos os gestores ativos superam consistentemente seus índices de referência.
- Gestão passiva: O desempenho tende a ser mais consistente com o índice de referência, uma vez que seu objetivo é segui-lo de perto.
Quais são as taxas cobradas
Ao investir em ETFs, é importante estar ciente das taxas associadas a esses fundos, pois elas podem afetar seus retornos ao longo do tempo. As taxas podem variar dependendo se você escolher um ETF de gestão ativa ou passiva, e aqui estão as principais taxas a serem consideradas:
1. Taxa de gestão (expense ratio):
Gestão ativa: ETFs de gestão ativa tendem a ter taxas de gestão mais elevadas devido à pesquisa contínua, análise e tomada de decisões ativas. Portanto, essa taxa é expressa como uma porcentagem dos ativos sob gestão e é deduzida anualmente.
Gestão passiva: ETFs de gestão passiva geralmente têm taxas de gestão mais baixas, uma vez que seu objetivo é simplesmente replicar o índice. A taxa de gestão é uma porcentagem menor dos ativos sob gestão.
2. Taxa de negociação (trading commission):
Ambos os tipos de ETFs podem incorrer em taxas de negociação ao comprar e vender cotas. No entanto, as taxas de negociação variam de acordo com sua corretora e o local onde você negocia.
3. Taxa de spread (bid-ask spread):
Esta taxa reflete a diferença entre o preço de compra (bid) e o preço de venda (ask) de um ETF. Então quanto mais estreito o spread, menos você pagará em custos de transação. ETFs líquidos tendem a ter spreads mais estreitos.
4. Taxa de resgate (redemption fee):
Alguns ETFs, principalmente aqueles de gestão ativa, podem cobrar uma taxa de resgate se você vender suas cotas dentro de um período específico. Isso é projetado para desencorajar negociações frequentes.
5. Taxas de performance (performance fees):
Essas taxas são exclusivas de ETFs de gestão ativa e geralmente são calculadas com base no desempenho do fundo em relação a um benchmark. Se o fundo superar o benchmark, uma porcentagem adicional pode ser cobrada.
6. Taxa de custódia (custodial fee):
Alguns ETFs podem cobrar uma taxa de custódia, embora isso seja mais comum em fundos mútuos do que em ETFs. Essa taxa cobre os custos de manutenção da custódia dos ativos.
É importante ler atentamente o prospecto do ETF para entender todas as taxas associadas antes de investir. A escolha entre gestão ativa e passiva também pode afetar as taxas totais, uma vez que os ETFs de gestão ativa tendem a ter despesas mais altas. Portanto, avalie as taxas e compare os custos totais ao tomar suas decisões de investimento.