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Circuit Breaker: saiba como funciona este mecanismo

O circuit breaker é um mecanismo utilizado na bolsa de valores para interromper temporariamente as negociações quando há quedas bruscas nos índices. Ele é acionado para evitar pânico e quedas descontroladas, permitindo aos investidores um tempo para refletir e reavaliar suas posições antes de continuar negociando.
circuitBreaker

O mercado financeiro pode ser bastante volátil, e em momentos de crise ou incerteza, as quedas nas bolsas de valores podem ser tão acentuadas que é preciso acionar mecanismos de proteção. Um desses mecanismos é o chamado “circuit breaker”.

Ele atua como uma espécie de “pausa” nas negociações, permitindo que os investidores reavaliem suas posições e reduzindo o impacto de pânico no mercado. Neste artigo, vamos explorar o que é o circuit breaker, como ele funciona, por que ele existe e algumas situações em que ele foi acionado.

O que é circuit breaker?

O circuit breaker é um mecanismo que suspende temporariamente as negociações na bolsa de valores quando há quedas muito acentuadas nos índices. Sua principal função é evitar que as quedas continuem de forma descontrolada, causando ainda mais pânico entre os investidores.

Ele funciona como uma “trava de segurança” em momentos de extrema volatilidade, dando ao mercado tempo para “respirar” e evitar que decisões precipitadas sejam tomadas em um ambiente de pânico generalizado.

Esse mecanismo foi implementado em várias bolsas ao redor do mundo, incluindo a B3 (Bolsa de Valores do Brasil), e é acionado de acordo com a variação negativa do principal índice da bolsa, que no caso brasileiro é o Ibovespa.

Como funciona o circuit breaker?

O circuit breaker funciona com base em limites de queda predeterminados. No caso da B3, quando o Ibovespa cai 10% em relação ao fechamento do dia anterior, o mecanismo é acionado pela primeira vez, suspendendo todas as negociações por 30 minutos. Se após a retomada o índice continuar caindo e atingir uma queda de 15%, as negociações são novamente interrompidas, dessa vez por uma hora.

Se a queda chegar a 20%, as negociações podem ser suspensas por tempo indeterminado, dependendo das condições do mercado. A intenção é dar aos investidores um período para analisar a situação e evitar que a venda massiva de ações acabe por causar uma queda ainda maior, o que poderia ser prejudicial para o sistema financeiro como um todo.

Esses limites são calculados de maneira a evitar uma queda brusca sem controle, permitindo que o mercado tenha uma pausa para refletir e, assim, evitar decisões tomadas com base no medo ou na incerteza.

Por que existe o circuit breaker?

O circuit breaker existe para proteger tanto os investidores quanto o próprio mercado de volatilidades extremas. Em momentos de pânico ou crises financeiras, os investidores podem agir de forma impulsiva, o que pode levar a quedas significativas nos preços das ações. Essas quedas podem criar um efeito em cascata, onde uma queda leva a outra, gerando mais pânico e vendas desenfreadas.

Ao suspender temporariamente as negociações, o circuit breaker dá aos investidores tempo para respirar e reavaliar suas posições de maneira mais racional. Sem ele, o mercado poderia sofrer quedas ainda mais acentuadas e descontroladas, o que poderia levar a uma crise ainda maior.

Além disso, o circuit breaker protege a integridade do sistema financeiro, evitando que movimentos bruscos causem prejuízos irreversíveis. Ele garante que, mesmo em momentos de forte instabilidade, haja tempo para os investidores processarem as informações e tomarem decisões mais conscientes.

Situações que o circuit breaker foi acionado

No Brasil, o circuit breaker já foi acionado em várias ocasiões, principalmente em momentos de crises globais ou locais. Um dos exemplos mais recentes ocorreu em março de 2020, durante o início da pandemia de COVID-19. O mercado global enfrentou um forte impacto devido ao medo e à incerteza sobre os efeitos econômicos da pandemia. A B3 acionou o circuit breaker seis vezes em um período de apenas dez dias.

Outro momento emblemático foi durante a crise de 2008, conhecida como a Crise do Subprime, quando o sistema financeiro global entrou em colapso devido a uma bolha no mercado imobiliário dos Estados Unidos. Naquele período, o circuit breaker também foi acionado para tentar conter o pânico que se instalou no mercado financeiro global.

Além desses casos, o circuit breaker pode ser acionado em eventos como crises políticas, problemas econômicos graves ou catástrofes naturais que impactem diretamente a economia global ou local.

O que acontece após um circuit breaker?

Após o circuit breaker ser acionado e as negociações suspensas por um período, o mercado reabre e as negociações são retomadas. O que acontece a partir daí depende das condições do mercado e do comportamento dos investidores.

Em alguns casos, a pausa pode acalmar o mercado e evitar quedas ainda maiores, permitindo que os preços das ações se estabilizem. Em outros, mesmo após a reabertura, o mercado pode continuar em queda, e o circuit breaker pode ser acionado novamente, como vimos em 2020, quando foi acionado diversas vezes.

O importante é que o circuit breaker proporciona uma janela de tempo em que os investidores podem refletir sobre suas estratégias, analisar melhor o cenário e evitar tomar decisões baseadas puramente no pânico. Mesmo que o mercado continue em queda após a reabertura, o mecanismo ajuda a mitigar o impacto de uma queda ainda mais acentuada e descontrolada.

Conclusão

O circuit breaker é um mecanismo fundamental para o funcionamento saudável do mercado financeiro, especialmente em momentos de crise. Ele protege tanto os investidores quanto o próprio sistema financeiro de quedas abruptas, proporcionando uma pausa para reflexão e análise. Embora não consiga evitar completamente as quedas, ele ajuda a reduzir o pânico e a evitar que o mercado se torne ainda mais volátil e instável.

Entender o funcionamento do circuit breaker é essencial para qualquer investidor, pois ele pode ser acionado em momentos de grande volatilidade e ter um impacto significativo nas operações de compra e venda de ações. Ao compreender como ele opera, os investidores podem tomar decisões mais informadas e evitar agir com base no medo ou na incerteza.

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Leo Fittipaldi
Leo Fittipaldi
Fundador da Dolarame e analista de investimentos certificado (CNPI 3214). Já foi analista de risco na maior Asset do Brasil, atuando em fundos de investimentos com alguns bilhões de reais sob gestão. Atualmente é um dos maiores especialistas em investimentos internacionais do país.

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